quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Resumo de Aula 1: Falando sobre Antropologia e sobre "O Metodo Etnográfico"


DATA da Aula: 17 de agosto de 2010

Autores do Resumo: Adreyelle de Oliveira Santos & Adonias Oliveira Pereira.

A aula teve inicio com aviso de que na quinta feira, 19, haveria uma palestra com dois líderes indígenas. A seguir, houve a retomada de alguns assuntos da aula anterior. Neste momento, a profª Cecilia McCallum voltou a falar a respeito de alguns tipos de antropologia como as antropologias: física, cultural, social e a própria arqueologia. Na continuação da aula, o assunto a ser tratado foi o da existência das raças. Segundo a Profª Cecilia, há consenso na ciência de que existe somente uma raça: a raça humana, sendo esta a premissa básica da antropologia social e cultural.

A negação dessa premissa pode trazer sérios danos à sociedade. Como exemplo clássico, foi ressaltado em aula o período do Nazismo que, fundamentado na existência da superioridade de raça, dizimou muitos povos. E que não lembra que tal destruição ocorreu pelo fato de Hitler considerar os arianos uma raça superior a todas as outras. Pois bem, as explicações sobre tal assunto serviram de introdução para o próximo tópico da aula: o surgimento da antropologia. Aqui foi visto que este surgimento esteve intimamente relacionado com momentos históricos em que havia exploração das diferenças entres os povos. Aliais, para a profª Cecillia a antropologia surgiu como resposta a esses momentos de matança e exploração. Foi nesse contexto que apareceu a idéia de pensar sobre o outro em relação a si mesmo.

Ainda abordando sobre o surgimento da antropologia, foi exposto que muitos tendem a sugerir Heródoto como o pai da mesma, sugestão esta rejeitada por parte dos antropólogos.

A aula seguiu com a análise do artigo “Novo olhar sobre a evolução humana”, contido no módulo da disciplina. Nesta análise, alguns alunos participaram mostrando as suas percepções do texto. Houve inclusive uma dúvida manifestada por um aluno sobre como explicar tanta diferença entre os povos já que todos surgiram na África. Como resposta foram usados partes do artigo que falavam sobre as migrações e mutações genéticas, sendo estas as razões da diversidade.

Encerrada a discussão sobre o artigo, foi iniciado o adiantamento da aula que seria dada na quinta feira que não poderá ser realizada devido à palestra com os líderes indígenas. Nesta aula, foi abordado a metodologia da antropologia moderna. De inicio a professora solicitou que dois voluntários desenhassem duas figuras no quadro. Neste ínterim, a profª Cecillia conceituou a expressão “antropologia moderna”. Após a explicação os alunos voluntários concluíram os seus desenhos. Um deles desenhou um senhor vitoriano sentado no gabinete lendo um livro e o outro uma pessoa andando. O primeiro desenho representou um modelo de pesquisa antiga: pesquisa de gabinete. Esta era realizada por etnólogos antigos que viam de longe os fatos através de livros de viajantes, cartas comerciais etc. Este era um método não científico. Já o segundo desenho representou uma nova forma de metodologia etnográfica criada por Malinowski. Este pesquisador Polonês, influenciado pelo livro “O Ramo Dourado” de Sir James Frazer (Ele mesmo um dos mais famosos etnólogos clássicos) ingressou no departamento de antropologia no LSE (London School of Economics) da Universidade de Londres em 1910. Foi dito que Malinowski no decorrer dos seus estudos observou a falta de um padrão de boa qualidade na metodologia antropológica, sendo que o mesmo tinha em mente que a pesquisa de gabinete dos etnólogos não era científica.

No prosseguimento da aula vimos que após alguns encontros com outros antropólogos, como àquels ligados à Universiadade de Cambridge, o Haddon e o Rivers, Malinowski descobriu que existia a pesquisa de campo. Malinowski então fez sua primeira excursão para Nova Guine, todavia, sem sucesso. Depois de algum tempo foi para as Ilhas Trobriandeses onde ficou por dois anos em total entre 1914 e 1918. Esta sua viagem ficou marcada como a primeira pesquisa de longa duração. Nesta pesquisa Malinowski aprendeu trobriandês com os próprios nativos e conheceu de perto seus problemas. Foi por meio dessas experiências que Malinowski criou o Método Científico Etnográfico, onde a observação participante era a principal característica.

Bronisław Kasper Malinowski: Uma das suas mais importantes contribuições à antropologia moderna foi o desenvolvimento de um novo método de investigação de campo.

Por fim, foram abordadas na aula as epistemologias da pesquisa científica. A primeira epistemologia exposta foi o método da dedução que é caracterizada pelo uso da lógica para raciocinar do geral para o particular. O filósofo disseminador desse método foi Descartes (1596/1650), também fundador do racionalismo. O segundo método analisado foi o da indução que é o processo de descobrir explicações gerais através do estudo e análise de fatos particulares. Os filósofos que disseminaram esse método foram Bacon (1561/1626) e Locke (1632/1704). Fomos informados também que hoje em dia as pesquisas são realizadas com a combinação de duas epistemologias. Foi Newton que juntou as duas; no entanto, esse cientista britânica achava a observação empírica mais importante.


Isaac Newton (1642-1727) físico e matemático inglês, em sua pesquisa, era adepto do empirismo inglês.


A aula encerrou com a seguinte pergunta: a antropologia é mesmo uma ciência? Foi pedido a cada aluno que fizesse uma análise sobre a questão ao longo do semestre.



















terça-feira, 17 de agosto de 2010

Próxima Aula - Quinta-Feira 19/08 - no auditório do CRH (na pavilhão de Aulas de São Lázaro




LÍDERES INDÍGENAS AMAZÔNICOS EM DIÁLOGO COM SÂO LÁZARO

LOCAL: FFCH/CAMPUS DE SÃO LÁZARO, AUDITÓRIO CRH

PROMOÇÃO: FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS / DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA / REVISTA CRH

DATA: 19 de agosto de 2010, 9:00-11:00


Programação

Agustinho Manduca Kaxinawá, ou Inka Muru Huni Kuin, e Osvaldo Kaxinawá, cujo nome indígena é Isaka Huni Kuin, farão uma breve exposição sobre o seu povo, os Huni Kuin do rio Jordão, e sobre o projeto de criação de uma Escola Xamanística, após o que responderão às questões suscitadas pelos estudantes. Eles serão apresentados pela Profa. Cecília McCallum, estudiosa da cultura Huni Kuin do Acre, através de uma breve fala e a apresentação de imagens.

Na sequência, ocorrerá o LANÇAMENTO DO CADERNO CRH VOL. 22 no.57


Quem são os Kaxinawá, Huni Kuin

Os Kaxinawá, que se autodenominam Huni Kuin, “Gente Verdadeira”, são falantes da família lingüística Pano Hãtxa Kuin, “língua verdadeira”. Eles habitam a floresta tropical desde o leste peruano até o Acre, constituindo a população indígena mais numerosa desse estado. Conquistaram o reconhecimento legal e a posse de várias áreas indígenas, nas quais a sua população está crescendo e fortalecendo a sua antiga civilização, através do estabelecimento da sua independência econômica e cultural, o fortalecimento da sua organização política e o engajamento com o estado nacional e a civilização não-indígena. Em todas as terras Kaxinawá do Acre há escolas funcionando com professores indígenas bilíngües, um agente de saúde e um agente agroflorestal.

Entre novembro e dezembro de 2009, dois representantes da Organização Não-Governamental, a AMEI - Associação de Arte, Meio Ambiente, Educação e Idosos de Salvador-BA - conheceram a aldeia São Joaquim, no Rio Jordão, desencadeando, assim, uma parceria na área de educação. Agostinho e Osvaldo Kaxinawá visitam Salvador através dessa parceria.