segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Aula de 9/9: Introdução à História da Antropologia

Autores: Heitor Maia e Jéssica Costa

No início da aula a professora Cecília McCallum sugeriu a leitura do livro “História da Antropologia” de Thomas Hylland Eriksen e Finn Sivert Nielsen, para melhor entendimento sobre o nascimento e desenvolvimento da Antropologia Social e Cultural.

Posteriormente a profª Cecília fala sobre o humanismo, que pode ser definido como um conjunto de ideais e princípios que valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade, etc). Para os humanistas, os seres humanos são os responsáveis pela criação e desenvolvimento destes valores. Desta forma, o pensamento humanista entra em contradição com o pensamento religioso que afirma que Deus é o criador destes valores. Foi ressaltado em aula que o renascimento do século XV e XVI foi um movimento de um lado político e de outro religioso, tendo constante confronto entre cristianismo e o protestantismo. O contato com o outro ser e a questão da alteridade surgiu exatamente nessa época. Surge então a pergunta: “A Antropologia teria surgido com o movimento Humanista ou anteriormente na Grécia antiga com Heródoto?” A filosofia Humanista enxerga todos os homens como iguais. Já Heródoto foi o primeiro a descrever outros povos, porém, ele tinha uma postura preconceituosa e etnocêntrica em alguns de seus escritos etnográficos.

Segundo a professora, essa abordagem sobre o Humanismo ajudará futuramente na interpretação de um texto do antropólogo francês Lévi-Strauss, quem disse que a antropologia moderna (que muitos afirmam começou com Malinowski e o método etnográfico) é a mais perfeita Forma de humanismo (Lévi-Strauss 1973),

Nesse momento o foco da aula mudou para o desenvolvimento da Antropologia no século XIX. Nessa época, a palavra “Antropologia” significava o que hoje chamamos de Antropologia física ou biológica; e a palavra “Etnologia” significava o estudo dos traços culturais de outros povos. Na etnologia daquela época, se estudava principalmente os “outros” como se fossem povos pré-históricos (o caso dos povos indígenas das Américas, os aborigens da Australia e Papua, ou os Africanos, p.ex.) ou como arcaicos. A etnologia focava tanto o passado quanto o presente, sempre considerando os antigos e os povos não-ocidentias contemporâneos como mais primitivos e”inferiores” relativos aos ditos “civilizados” , que supostamente gozavam do grau máximo de civilização .

No decorrer da aula, a profª falou do texto “Introdução à Antropologia Social”, de Lucy Mair. O texto trata das idéias dos séculos XVII, XVIII e XIV e as impressões que os Europeus tinham sobre os povos indígenas das Américas. Ela citou também Rousseau que tinha uma visão positiva dos povos indígenas e criou a idéia do “bom selvagem”, baseada nas descrições dos viajantes. Esse filosofo do século XVIII construiu uma imagem de povos que viviam em uma espécie de paraíso, onde na existia pecado.




Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Célebre filósofo suíço, escritor e teórico político. Foi Uma das figuras marcantes do iluminismo francês, e é considerado um precursor do romantismo


Já Hobbes acreditava que no estado natural esses povos eram inferiores e bárbaros, e que representavam o estado natural de todo e qualquer ser humano. Esse filósofo escocês observou que a vida humana sem a intervenção do estado é curta e bruta. A profª também citou um filme como veiculando muito bem uma visão pessimista e Hobbesiana acerca da humanidade, denominado “A estrada” (The Road – com Viggo Morgensen, de 2009).

Para os etnólogos do século XIX, os povos que eles consideravam como “primitivos” podiam se desenvolver como ou europeus: podiam alcançar o mesmo grau de civilização através de educação e reformas. Lucy Mair também fala a respeito do geógrafo e etnólogo alemão Bastian, que muitos consideram o pai da Antropologia alemã, que no meio do século XIX criou o termo “Unidade psíquica da humanidade”. Como essa expressão ele queria dizer que todas as pessoas, mesmo de lugares afastados, possuíam a mesma capacidade mental.


Adolf Bastian: Autor da famosa frase: “Unidade psíquica da humanidade”, a qual dizia que todo ser humano é igual em capacidade mental.






Durante o século XIX essa teoria foi aceita pela maioria dos etnólogos, quem desenvolviam uma abordagem teórica conhecida como "Evolucionismo Cultural ou Social Clássico". Posteriormente, até o início do século XX, o evolucionismo cultural e social foi substituído pelo difusionismo.



Referencias Bibliográficas
Lévi Strauss, Claude. ‘Os três humanismos’ seção de cap. XV – Respostas a algumas investigações - In Antropologia Estrutural II. (3 páginas) [1973]

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